19 de dezembro de 2008

sou uma [gigan]Tone :D


Ontem à noite vi [pela primeira vez - minha culpa, minha tão grande culpa] o filme "O Grande Peixe" de Tim Burton.

e olhem o que fui sonhar...
...que era um GIGANTE [lembram-se da personagem do filme "Karl", o gigante? Pois bem, foi nela que o meu inconsciente se inspirou :)] e que as babes não me deram boleia porque eu não entrava no carro :D

[O Filótes disse que pareço os putos. Não posso ver filmes à noite porque depois sonho cenas esquesitas :D :D]

Já agora, se ainda não viram, VEJAM!!!!

É, também, uma boa prenda de Natal :)
[e na FNAC está baratinho...9,95€...mas, xiiiiuuuuuu!!!...comprem à vontade que eu não digo a ninguém :D]


16 de dezembro de 2008

[é proibido esquecer]

Eu vivo na casa pequena de pedra

No lugar onde o sol toca todo o dia


Tem paredes brancas esta casa

Soalho de madeira

Um “fogão-a-lenha” na cozinha

E uma máquina de costura no quarto dos desarrumos [que eu nunca utilizei]


No rés-do-chão desta casa de pedra

Há uma cave com o chão em “terra batida”

O quartinho com pertences esquecidos

E a máquina de lavar roupa


Já houve um baloiço

No sítio de onde vos escrevo

E, em tempos que não vivi,

Este baloiço estava pendurado no Castanheiro antigo

Que fica no fundo do quintal e que há muito não visito


Seis oliveiras estéreis fazem companhia à caixa do correio desta casa…


Ainda nos guarda um portão e um muro antigo

Onde alguém fez o favor de rabiscar

As suas preferências partidárias…


No coberto que agora abriga o carro do meu pai [e a nossa roupa]

Já houve fardos de palha que arderam

[e o coberto é o mesmo]


Recordo-me, agora, da Pereira que dá as boas-vindas a quem nos visita

[enclausurada num muro de cimento]


Lembro-me do Leão

[mas não me lembro de me ter mordido]

Lembro-me de ter encontrado o Bobby,

No meio do milho, morto, envenenado

Lembro-me que nunca mais adoptei nenhum cão…


Lembro-me de mim pequena

Nesta casa que é só minha

Lembro-me de chorar quando foi restaurada

E lembro-me muitas vezes das saudades que tinha

[E que tenho] desses tempos vivos na minha memória…

15 de dezembro de 2008

E se...

Caros amiguinhos...

E se nos juntássemos [assim bem juntinhos] numa manifestação de descontentamento...

Motivo: Rádio Cidade Fm

Sim, leram bem!!!!
Cidade Fm!!!

Já não aguento mais...Gostava de ter a coragem suficiente pra dizer ao meu caro coleguinha de trabalho que Cidade Fm e trabalho intelectual não ligam...não sei porquê...mas não ligam...

[para além de que a música que é passada nesta tão ilustre rádio provoca alienação crónica]
[e dói na alma]
[chego a ter vontade de chorar]

Pode ser na Rotunda do Marquês de Pombal
[só pra ir a Lisboa...porque o que eu gosto é de passeio :D :D]
fazemos uns cartazes bem pirosos e textos de protesto adaptados a músicas populares
[e coreografias para acompanhar]

Já fiz o meu cartaz
vai todo forradinho a:
"Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh"

Curioso...


Como é do conhecimento dos milhares de leitores que diariamente acorrem a este blogue para se cultivarem :), este ano comemora-se o 90º aniversário do Armistício da Primeira Grande Guerra. Sempre tive um certo fascínio por este período conturbado da história mundial e, em particular, da história de Portugal. Apesar das muitas limitações, o nosso país teve uma participação bastante digna e em nada denegriu a imagem de Portugal (ao contrário do que muito se escreveu acerca da prestação do Corpo Expedicionário Português em que transpareceu para a opinião pública uma imagem quase anedótica das nossas tropas).


Ainda mais fascinado fiquei quando encontrei um professor que me falou num diário do avô que encontrou perdido numa casa de aldeia. Este diário relata as vivências no teatro de guerra, o dia-a-dia na frente de batalha, o seu aprisionamento durante a batalha de La Lys (a batalha mais violenta travada pelos portugueses perante um ataque massivo das tropas alemãs) e o tempo que passou como prisioneiro de guerra, por vários campos de prisioneiros em territórios do então império alemão. Chegou a estar no actual território russo, mais propriamente em Kaliningrado, um enclave russo entre a Polónia e a Lituânia (os amantes da matemática já devem ter ouvido falar do problema das Sete pontes de Königsberg resolvido pelo matemático e físico Suíço Leonhard Euler, pois bem, Königsberg era o antigo nome desta região quando pertencia ao império Alemão, até ao final da Primeira grande Guerra, um outro habitante famoso da então Königsberg foi o Filósofo Immanuel Kant). Este professor, juntamente com o filho, lançou, no mês de Novembro, um livro chamado “De Chaves a Copenhaga, a saga de um combatente”. Este livro é uma homenagem a esses heróis anónimos que se bateram com bravura em nome de Portugal.


Estava eu a comentar as minhas impressões sobre este livro quando ouvi uma senhora dizer: “O meu avô morreu na Rússia a combater…”. Não entendi muito bem aquela afirmação. As nossas tropas durante a guerra apenas estiveram no norte de França e nas colónias em África (Angola e Moçambique). Então, essa senhora explicou-me que o avô era um soldado austríaco que combateu na frente russa durante a Segunda Guerra Mundial…. Bem, então aÍ é que fiquei ainda mais confuso. A explicação revelou-me algo que desconhecia por completo… Após o final da segunda grande guerra, a Caritas levou a cabo uma iniciativa na qual, as famílias portuguesas (com uma condição social confortável, pois o nosso pais também enfrentava grandes dificuldades) acolhiam crianças de países como a Áustria e Checoslováquia, cujos pais haviam sido mortos ou em que as famílias não tinham condições para as sustentar. Portugal chegou a acolher cerca de 5 mil crianças. A pessoa que me falou da origem é filha de uma menina austríaca que foi acolhida por uma família portuguesa e que nunca mais voltou a Áustria. Após uma pesquisa na blogosfera, encontrei um blogue bem elucidativo deste acontecimento “http://susyclaro.blogspot.com/2007/11/caritas.html”.


Todos os dias nos deparamos com histórias destas que são verdadeiros livros de história e apresentam-nos factos dos quais nunca ouvimos falar nos bancos da escola.

(obs: A foto apresenta a cidade de Linz, na Austria, durante um bombardeamento aliado em Abril de 1945)