15 de dezembro de 2008

Curioso...


Como é do conhecimento dos milhares de leitores que diariamente acorrem a este blogue para se cultivarem :), este ano comemora-se o 90º aniversário do Armistício da Primeira Grande Guerra. Sempre tive um certo fascínio por este período conturbado da história mundial e, em particular, da história de Portugal. Apesar das muitas limitações, o nosso país teve uma participação bastante digna e em nada denegriu a imagem de Portugal (ao contrário do que muito se escreveu acerca da prestação do Corpo Expedicionário Português em que transpareceu para a opinião pública uma imagem quase anedótica das nossas tropas).


Ainda mais fascinado fiquei quando encontrei um professor que me falou num diário do avô que encontrou perdido numa casa de aldeia. Este diário relata as vivências no teatro de guerra, o dia-a-dia na frente de batalha, o seu aprisionamento durante a batalha de La Lys (a batalha mais violenta travada pelos portugueses perante um ataque massivo das tropas alemãs) e o tempo que passou como prisioneiro de guerra, por vários campos de prisioneiros em territórios do então império alemão. Chegou a estar no actual território russo, mais propriamente em Kaliningrado, um enclave russo entre a Polónia e a Lituânia (os amantes da matemática já devem ter ouvido falar do problema das Sete pontes de Königsberg resolvido pelo matemático e físico Suíço Leonhard Euler, pois bem, Königsberg era o antigo nome desta região quando pertencia ao império Alemão, até ao final da Primeira grande Guerra, um outro habitante famoso da então Königsberg foi o Filósofo Immanuel Kant). Este professor, juntamente com o filho, lançou, no mês de Novembro, um livro chamado “De Chaves a Copenhaga, a saga de um combatente”. Este livro é uma homenagem a esses heróis anónimos que se bateram com bravura em nome de Portugal.


Estava eu a comentar as minhas impressões sobre este livro quando ouvi uma senhora dizer: “O meu avô morreu na Rússia a combater…”. Não entendi muito bem aquela afirmação. As nossas tropas durante a guerra apenas estiveram no norte de França e nas colónias em África (Angola e Moçambique). Então, essa senhora explicou-me que o avô era um soldado austríaco que combateu na frente russa durante a Segunda Guerra Mundial…. Bem, então aÍ é que fiquei ainda mais confuso. A explicação revelou-me algo que desconhecia por completo… Após o final da segunda grande guerra, a Caritas levou a cabo uma iniciativa na qual, as famílias portuguesas (com uma condição social confortável, pois o nosso pais também enfrentava grandes dificuldades) acolhiam crianças de países como a Áustria e Checoslováquia, cujos pais haviam sido mortos ou em que as famílias não tinham condições para as sustentar. Portugal chegou a acolher cerca de 5 mil crianças. A pessoa que me falou da origem é filha de uma menina austríaca que foi acolhida por uma família portuguesa e que nunca mais voltou a Áustria. Após uma pesquisa na blogosfera, encontrei um blogue bem elucidativo deste acontecimento “http://susyclaro.blogspot.com/2007/11/caritas.html”.


Todos os dias nos deparamos com histórias destas que são verdadeiros livros de história e apresentam-nos factos dos quais nunca ouvimos falar nos bancos da escola.

(obs: A foto apresenta a cidade de Linz, na Austria, durante um bombardeamento aliado em Abril de 1945)

4 comentários:

Nuno F. disse...

Lembram-se daquela série de desenhos animados que tinha uma música: "Hey Wiki Wiki, hey Wiki hey..."
ahahaha

Hanokh disse...

estou a rebolar no chão de tanto me rir :D :D :D

Oh, Mrs. Dalloway! disse...

Não é "Hey Wiki Wiki, hey wiki hey", mas sim "Hey Hey Wiki, Hey Wiki Hey".

P.s: Só para meter nojo a esse Borat

Dianinha disse...

LOL

estou a rebolar no chão contigo babe :D