16 de janeiro de 2009

é proibido esquecer [Parte II]

Já é de mim...Chamo-me Helena, mas também me era bem aplicado o nome Saudade!

Hoje, à frente deste computador, ainda acordada, lembrei-me de voltar a olhar as fotografias esquecidas que tirei durante o meu estágio académico e adormeci para voltar a esse tempo que é, para mim, saudade: o Passado.

Acordo-me agora à frente deste computador.

Não consegui evitar o regresso ao Passado e como consequência destes meus devaneios temporais lá se me escapou, sem autorização, uma lágrima do olho. Não é tristeza, nem nostalgia. Arrisco a dizer que é uma saudade alegre. Recordo, sempre e apenas, os momentos em que fui feliz. Eu tenho um dom maravilhoso, o meu cérebro elimina as más recordações, mesmo muito más, em tempo recorde.


[Como sou Licenciada em Educação - Educação de Adultos fiz a minha aposta num estágio académico com a população sénior.]

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[texto dedicado aos seniores com quem trabalhei no meu estágio académico]

[porque preciso urgentemente de vos recordar para me sentir viva]

Lembro-me da primeira vez que vos vi.
Lembro-me de todas as primeiras abordagens.
Lembro-me das despedidas.

Lembro-me de, na primeira vez que abordei a D. Laurentina, não ter percebido patavina do que me disse e de ter contido à força uma gargalhada.
Lembro-me da primeira vez que a D. Ana me perguntou, muito séria, porque me estava a rir.
[era a primeira vez que ela falava comigo e não me pareceu nada simpática. Mudei rapidamente de opinião, claro!]
Lembro-me da "Vó" contar a todos o que tinha a acontecido à minha mãe.
Lembro-me de ver a "Anginho" chorar [e de quase chorar também].
Lembro-me dos amuos da D. Palmira, dos seus beijos gulosos, da mantinha roxa e do neto Joca.
Lembro-me da primeira vez que D. Arminda se virou aos berros contra mim [e lá tive de conter à força a as lágrimas].
Lembro-me de ver a Anginho, cujos 93 anos apenas lhe limitavam a audição, a pular para cima de um muro, como se fosse uma adolescente de 15 [ e de ter ficado pelo menos 10 minuto de boca aberta a olhar para ela].
Lembro-me da primeira vez que a D. Ana chamou muito alto por mim para que eu a ajudasse [eu julgava que ela nem o meu nome sabia e foi aí que tive a certeza que a tinha conquistado].
Lembro-me da primeira vez que entrei no contentor em que a D. Ana M. morava e mora.
Lembro-me do choro compulsivo da D. Belmira, com 85 anos, quando me fui embora e guardo com muito orgulho o email que me enviou meses depois.
Lembro-me do olhar agradecido e confuso do Sr. António.
Lembro-me da D. Trindade com o braço levantado, dedo apontado para o céu, a ralhar com o Fisioterapeuta: "Quem manda sou eu, eu é que sei e o meu marido não tem nada a ver com isso!".
Lembro-me da primeira vez que vos vi comer gelatina [ri-me como uma desgraçada! não consegui evitar!].
[...]

Lembro-me do muito que me ensinaram e lembro-me que vos dediquei o meu Relatório de Estágio.

Ao grupo de idosos/as com quem trabalhei e com quem aprendi a não ter medo de envelhecer.


15 de janeiro de 2009

Medoooooooooooooooooooo


A conversa até estava a correr bem, quando ele me diz que tem de lubrificar a "amante"*
Já estás a abusar!!!!

[Grrrrrrrrrrrrrrrrrrr...o raio da "amante"!!!!!]


*descansem, meus lindos, a "amante" é a bicicleta de estrada [espero eu!!!!! :D :D ]

14 de janeiro de 2009

Ao meu avô...

Coragem...

um misto de incompreensões...

Admito que a minha primeira reacção às palavras proferidas pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e Representante da Igreja Católica Portuguesa no Vaticano, D. José Policarpo, foi um baixar a cabeça de vergonha e de incompreensão. Considero, como católica que sou, que nenhum cristão se pode manifestar intolerante quanto às opções religiosas de cada um e, muito menos, ajuizar de modo generalista e sem critérios esse modo de estar na vida. Tanto quanto me foi ensinado Deus deu-nos o livre-arbítrio. Ou não? Nas afirmações que proferiu, D. José Policarpo misturou todos os muçulmanos num mesmo saco como se fosse impossível a existência de heterogeneidades neste grupo. E não o é. Todas as pessoas são diferentes e vivem a religião que profeçam de modo diferente. Não há um único modo de viver a fé e a essência dessa fé não se altera entre os diferentes modos de a viver. [devemos sempre fazer o exercío de distinção entre o que é a essência de uma religião e os pormenores da mesma] Há muçulmanos fundamentalistas e radicais e há católicos cristãos fundamentalistas e radicais. E se ouvíssemos nós, católicos, um representante de uma religião qualquer dizer às suas caras crentes para não se casarem com católicos porque não sabem os sarilhos em que se metiam. Não era bonito de se ouvir, pois não?

No entanto, e não de lhe dando a absoluta razão, compreendo as suas palavras de frustação que resultam, muito provavelmente, das suas tentativas falhadas de aproximação e diálogo com os líderes muçulmanos. Uma coisa é certa, eu nunca tentei, enquanto católica, entrar em diálogo com um muçulmano e nunca li na íntegra o Alcorão e, por tal, compreendo minimamente o modo de vida dos muçulmanos. Desconheço, por isso, as dificuldades de que falou.

Agora, isto nunca devia ter sido dito...
“Pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano. Nem Alá sabe onde é que acabam”
Esta afirmação D. José Policarpo foi bastante infeliz, despropositada e generalista. Colocou completamente de lado a hipótese de haver muçulmanos íntegros e respeitadores da liberdade humana. Uma verdadeira relação de amor compreende a liberdade do outro e o respeito pelas suas opções. Não me parece de todo impossível uma relação de amor entre duas pessoas com convicções religiosas diferentes. Quando há Amor, tudo é possível.

12 de janeiro de 2009

Memórias de um Domingo

[Local: Indefinido/Estado: Perdidos]

Eu: Hás-de dizer-me porque é que não ultrapassas...
Ele: ?!
[Lindoso]

[Lisboa]

[Guimarães]

(...) as tuas pegadas
São o caminho e nada mais;
(...) não há caminho,
O caminho faz-se ao andar.

11 de janeiro de 2009

Piropo do Dia

"Tu és uma gata por isso tens de ter bigode!"

[?!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!?]

[silêncio constrangedor]

[?!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!?]

É de mim ou isto soou mal?

[gargalhadas]