Quisera eu saber, mas não sei. Quisera eu morar nas palavras, mas alguém se esqueceu de me dar a chave da sua moradia. Quisera eu assear-lhes um lar dentro de mim, mas elas são alheias a espaços demasiado humanos.
As palavras são minhas vizinhas.
Sempre li e desde nova que as palavras se esquivam das minhas perguntas. Soubesse eu escrever, nem bem nem mal, apenas escrever. Conhecesse eu a escrita que abre os corações, que escorre as lágrimas nos olhos, que esboça sorrisos, que solta gargalhadas, que sacia todas as fomes. Conhecesse eu a escrita que dispensa regras gramaticais ou bom português. Soubesse eu escrever corações apertados, olhos arregalados, sonhos interrompidos, folhas soltas, canetas gastas. Soubesse eu escrever e não seria nem escritora nem poeta nem cronista nem jornalista. Soubesse eu escrever, mas não sei.
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