27 de outubro de 2008

no banco do comboio


Vejo a paisagem deslizar pela janela
Sempre gostei de viajar de comboio
Das vidas agitadas que se cruzam com as vidas relaxadas
Da mistura entre estilos de vida.
Lá fora observo ao longe um agricultor alheio a isto
Apenas desejoso de terminar mais um dia de trabalho e aguardando uma boa colheita.
Mais uma estação…
Mais pessoas…
Mais despedidas.
O pedinte que estende a mão, mas sem qualquer proveito.
Volta a arrancar o comboio,
Alguém teima em colocar a mala retalhada nos compartimentos por cima dos bancos
Esmurrando a mala… esmurrando uma parte de si
A mala desleixada não condiz com a sua figura bem cuidada.
Felizmente a mala entrou…
De novo a toda a velocidade cruzamos estradas, vales, aldeias…
O sono apodera-se de mim, tento resistir-lhe mas não sou suficientemente forte…
Fecho os olhos…
Adormeço…

Sem comentários: